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Mais um show? No 1T24, Itaú (ITUB4) entrega melhor eficiência operacional de sua história

Em geral, os números nos deixam confiantes de que o banco atingirá o guidance do ano e a ação negocia com prêmio de 88% sobre Bradesco (BBDC4).

Por Larissa Quaresma, CFA

7 de maio de 2024, 10:44

Itaú ITUB4
Imagem: Reprodução/Facebook

Ontem (6), após o fechamento do mercado, o Itaú (ITUB4) reportou seus números do 1T24, que vieram marginalmente acima da expectativa (veja aqui quais outras empresas divulgam resultados nesta semana).

O balanço foi apoiado pela redução da inadimplência e pela melhor eficiência operacional da história do banco, o que nos deixa confiantes de que o guidance de 2024 será atingido.

Pequenas e médias empresas puxaram para cima carteira de crédito ampliada

A carteira de crédito ampliada cresceu 5,6% na visão anual e 1,0% na trimestral, excluindo variações cambiais.

A expansão foi puxada pelas linhas de crédito a pequenas e médias empresas (+10%) e grandes empresas (+9%), já que a companhia segue limpando a carteira de pessoas físicas (+3%) para sair do risco de clientes que destroem valor.

Por um lado, esse esforço desacelerou o crescimento do crédito; por outro, melhorou o índice de atraso em 1 p.p. e a rentabilidade do banco de varejo, em 3 pontos percentuais, desde 2022. O saldo, portanto, parece positivo.

Maior volume de captação e spreads maiores favoreceram a margem financeira do Itaú

A margem financeira com clientes, que consiste na receita de juros líquida do custo de captação, cresceu 7,4% anualmente (ou +9,4% excluindo a operação da Argentina, vendida em meados do ano passado), para R$ 25,8 bilhões.

Essa alta se deve ao avanço da carteira de crédito, ao maior volume de captação e aos spreads maiores – estes últimos uma surpresa positiva, dado que o guidance de 2024 implica uma ligeira redução de spread em função do juro menor.

Por sua vez, a margem com o mercado, que reflete as operações de tesouraria, teve uma evolução importante: +64% anualmente, para R$ 1,1 bilhão, na direção das projeções do banco para o ano.

Inadimplência do segmento de pessoa física segue melhorando

O custo de inadimplência, destaque positivo do resultado, caiu 3% contra o mesmo período do ano passado, para R$ 8,8 bilhões.

A redução se deve ao índice de atraso menor, além de menos descontos concedidos e maior recuperação de créditos anteriormente baixados a prejuízo.

A melhora segue vindo principalmente do segmento de pessoa física, como esperávamos. Com isso, a margem financeira total após inadimplência ficou em R$ 17,0 bilhões, com estabilidade do spread ajustado ao risco em 5,8%.

Receitas de serviços e seguros foram impulsionadas pelo investment banking

As receitas de serviços e seguros cresceram 6,7% na visão anual, excluindo a Argentina, para R$ 13,1 bilhões.

A alta foi puxada principalmente pelo investment banking, que cresceu 71%, com mais emissões de renda fixa, como esperávamos.

Ajudaram também os ganhos com cartões (+5%) e o resultado de seguros (+10%), que cresceu com maior venda de apólices. 

Índice de eficiência do Itaú atingiu melhor patamar histórico

Segundo destaque positivo do resultado, as despesas operacionais cresceram 4,3% no ano, ou +6,4% excluindo a Argentina, abaixo do crescimento das receitas. Isso levou o índice de eficiência, que relaciona essas despesas com as receitas, para 38,3%, o melhor patamar da série histórica.

Com isso, o lucro líquido foi de R$ 9,8 bilhões, 15,8% superior ao do 1T23 e com uma expansão do ROE (retorno sobre patrimônio líquido), para 21,9%.

Nossa visão sobre o balanço do 1T24 do Itaú

No geral, consideramos os resultados positivos, com spreads e eficiência ligeiramente melhores que a expectativa, apoiando a expansão de rentabilidade (que já era alta).

Os números nos deixam confiantes de que o banco atingirá o guidance do ano, que implica um lucro líquido de ~R$ 40 bilhões em 2024.

ITUB4 negocia a 1,7x seu valor patrimonial, um prêmio de 88% sobre Bradesco, o que, na nossa opinião, foi mais uma vez justificado – o banco da Cidade de Deus entregou um ROE de apenas 9,5% no 1T24.

Seguimos com a recomendação de compra para Itaú Unibanco (ITUB4), presente em diversas carteiras recomendadas da Empiricus Research.

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Sobre o autor

Larissa Quaresma, CFA

Analista de Ações focada em Bancos e Instituições Financeiras, integra a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Mais de 5 anos de experiência em análise de empresas, com passagens pela Núcleo Capital e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, com certificações CFA, CNPI e CGA.