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Petrobras (PETR4) deixa de ser recomendação da Empiricus Research após resultados do 2T23; entenda

A petroleira não trouxe grandes surpresas no resultado do 2T23, mas a ação deixa de ser atrativa neste momento; entenda por que

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Data de publicação
4 de agosto de 2023
Categoria
Investimentos
Petrobras (PETR4)
Imagem: Agência Brasil

A  Petrobras (PETR4) divulgou resultados do 2T23 praticamente em linha com as expectativas, com queda já esperada do Ebitda e do lucro em função da desvalorização do petróleo no período, mas sem surpresas desagradáveis no Refino, que era o grande medo do mercado após a mudança na política de comercialização de combustíveis.

Exploração e Produção recuou 13% em comparação anual

No segmento de Exploração e Produção (E&P), volumes de produção um pouco menores combinados com a desvalorização do Brent implicaram em um Ebitda de R$ 49 bilhões, recuo de -13% na comparação com o 1T23.

Refino consegue manter margem positiva

No segmento de Refino, o Ebitda caiu de R$ 12,3 bilhões no 1T23 para R$ 8 bilhões neste trimestre, em uma combinação de menores preços dos derivados nos mercados internacionais e menores margens de comercialização. Também houve um efeito negativo de -R$ 2,2 bilhões no resultado do segmento por conta da desvalorização do estoque em função da queda do petróleo no período.

No entanto, é importante destacar que mesmo com todos esses efeitos negativos e uma política comercial mais agressiva, a margem do segmento foi de 8%, afastando, pelo menos por enquanto, as suspeitas de que a companhia esteja vendendo combustível com perdas.

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Gás e Energia tem queda no Ebitda

O segmento de Gás e Energia continua com volumes afetados pelo elevado nível dos reservatórios, além da desvalorização do preço do gás, que acompanhou a queda do Brent. O Ebitda do segmento atingiu R$ 2,4 bilhões, recuo de -35%. 

No consolidado, Petrobras não trouxe grandes surpresas

No consolidado, considerando todos os segmentos, o Ebitda atingiu R$ 58 bilhões, uma queda de -22% na comparação com o 1T23, mas em linha com as expectativas. 

O resultado financeiro melhorou, reflexo do efeito de valorização do real, mas não foi suficiente para reverter a queda de -24% do Lucro Líquido, que ainda assim atingiu R$ 28,8 bilhões, levemente acima do consenso. 

O Fluxo de Caixa Livre permaneceu elevado, em R$ 33 bilhões, e inclusive permitiu à estatal anunciar mais R$ 1,15 em dividendos (3,7% de yield sobre o fechamento de ontem), já refletindo a nova política de distribuição.

Mesmo com a queda nos preços do petróleo, a Petrobras mostrou números sólidos referentes ao 2T23. Mas nos patamares atuais de preço/lucro (3,5 vezes) e dividend yield (14% esperados para 2024) e o aumento da possibilidade de interferência política, o risco vs. retorno desse investimento já não nos parece mais tão atrativo, e deixamos de ter recomendação de compra para os papéis a partir de hoje.