Investimentos

Renda fixa: confira dois CDBs indexados à inflação para investir a partir de R$ 500

Veja também perspectivas para os juros americanos e para a Selic dado o cenário inflacionário atual dos EUA e do Brasil.

Por Lais Costa

16 abr 2024, 13:22 - atualizado em 16 abr 2024, 13:22

Imagem de notas de cem reais e dez reais dispostas em uma mesa ao lado de pilhas de moedas de um real, juntamente com uma calculadora e caneta - CDB Renda Fixa
Imagem: Freepik

Os mercados continuam em queda nesta manhã de terça-feira (16). Além de dados macroeconômicos fortes afastarem novamente as expectativas de cortes de juros nos EUA, tivemos elevações de tensões geopolíticas no Oriente Médio.

Do lado doméstico, a revisão da meta de resultado primário de 2025 na PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias) divulgado ontem (15) pelo governo também contribui para a performance bastante negativa dos ativos brasileiros nos últimos dias.

Atualizações sobre Estados Unidos

Nos EUA, o tão esperado CPI de março foi divulgado na última quarta-feira (10). Além do próprio banco central americano, havia uma enorme expectativa dos agentes de mercado de todo o mundo que aguardavam o resultado do índice de preços para possivelmente revisar suas expectativas de corte de juros para este ano.

O indicador ficou acima das estimativas (0,4% m/m versus 0,3%), assim como a medida de núcleo (que exclui os itens mais voláteis como alimentos e energia), atingindo 4,5% de crescimento dessazonalizados e anualizado (SAAR) nos últimos três meses, mais do dobro da meta do Fed. Similarmente, o “supernúcleo”, medida bastante importante para o Fed que exclui o preço de aluguéis, subiu 0,6% na comparação mensal, apontando para uma alta de 8,2% na média anualizada de três meses.

Esses patamares de inflação não apenas divergem do ritmo estimado para a queda de preços por lá como também indicam uma necessidade de continuação de aperto monetário.

Desde a divulgação do dado, a curva de juros americana subiu em todos os vértices e o mercado consolida suas apostas de início do ciclo de corte de juros em setembro.

E no Brasil?

O IPCA de março divulgado 30 minutos antes do CPI americano veio abaixo das expectativas e com uma composição mais benigna. O indicador de preços subiu 0,16% m/m versus 0,25% estimado, caindo de 4,5% para 3,93% no acumulado de12 meses.

Entre os principais pontos, destaca-se o grupo de bens duráveis, que apresentou contribuição negativa para o índice com deflação de automóveis novos e usados. Já o grupo de alimentos teve desaceleração importante, com variação mensal abaixo da mediana para o mês de março.

Em relação aos administrados, o principal fator para a redução da contribuição desse grupo no IPCA de março foi a redução significativa da pressão dos preços da gasolina. É importante notar, contudo, que existe uma sazonalidade positiva para os preços de combustíveis nos próximos meses, devido ao aumento da demanda no hemisfério norte.

Serviços registram leve alta com reversão dos descontos nos cinemas. Vale ainda destacar o subgrupo de serviços intensivos em mão de obra que ainda roda em patamares de 5%.

De maneira geral, o IPCA de março mostrou uma melhora da inflação corrente, mas não o suficiente para evitar uma revisão de cenário de juros por aqui. Como vimos nesta manhã (16), o relatório Focus mostrou alta das expectativas de inflação de 2025 (horizonte relevante de política monetária) e de Selic para o final deste ano. Devemos ver a continuação dessas revisões nas próximas semanas junto com a elevação da curva de juros, refletindo a renovação das preocupações com as contas fiscais e a sequência de indicadores macroeconômicos robustos principalmente nos EUA.

Em relação à alocação em renda fixa, continuamos gostando de títulos indexados ao IPCA, dado o nível de juro real oferecido.

Cardápio da semana: veja os títulos de renda fixa recomendados

Características do CDB IPCA+ do Banco Pan 
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AAA(bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarBTG Pactual
Aplicação mínimaR$ 1 mil
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)17/04/2028 (1462 dias corridos)
Rentabilidade anualIPCA+ 6,60%
Tributação15%
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação17h
Características da CDB IPCA+ do Banco BTG Pactual
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AAA(bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarBTG Pactual
Aplicação mínimaR$ 500
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)16/04/2029 (1826 dias corridos)
Rentabilidade anualIPCA+ 6,36%
Tributação15%
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação17h
As taxas das tabelas são referentes ao dia 16 de abril de 2024.

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Sobre o autor

Lais Costa

Engenheira elétrica com certificação CNPI. Analista de renda fixa na Empiricus Research.

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