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Vale a pena investir no Tesouro IPCA+ 2029 com a queda da Selic?

Confira a análise da especialista Julia Wiltgen a respeito desse título público indexado à inflação no cenário de queda dos juros.

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Data de publicação
18 de março de 2024
Categoria
Investimentos
renda fixa tesouro IPCA+ 2029 (1)
Imagem: Firefly Adobe

No ciclo de queda da taxa de juros em curso em 2024 no Brasil, é normal surgirem algumas dúvidas em relação à atratividade dos títulos de renda fixa. Uma delas é: vale a pena investir em títulos de curto prazo indexados à inflação, como o Tesouro IPCA+ 2029?

O que é o Tesouro IPCA+ 2029?

Para contextualizar, esse é um título público (ou seja, emitido pelo Governo Federal) com vencimento em 2029 cujo retorno é composto por uma rentabilidade prefixada somada à variação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Esse é o principal índice que mede a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo.

“Esse tipo de papel protege o patrimônio da pessoa física contra a alta de preços, ou seja, da inflação”, afirma a especialista em renda fixa Julia Wiltgen.

Ainda vale a pena investir nesse papel com a queda da Selic?

Wiltgen explica que o retorno dos títulos de renda fixa de fato são influenciados pelo patamar da Selic, principal taxa de juros do Brasil.

“Quando a Selic cai, realmente a rentabilidade dos papéis também diminui, mas quando se compra um título IPCA+, o investidor está contratando até o vencimento aquela rentabilidade do momento da compra”.

Como exemplo, ela supõe que o investidor compre o título IPCA+ 2029 a um retorno de 5,5% mais a variação da inflação: “Se você ficar com o papel até o vencimento, vai ganhar exatamente essa rentabilidade, não importa o que aconteça com a Selic”.

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“E se eu vender o título antes do vencimento?”

Os títulos do Tesouro Direto têm liquidez diária, ou seja, podem ser vendidos antes do vencimento.

Porém, nesse caso, o investidor fica sujeito à chamada marcação a mercado. Isso significa que diariamente os preços dos papéis passam por uma atualização, de acordo com a variação das taxas de juros de mercado. Estas sobem e descem de acordo com as expectativas dos investidores (se acham que estão em tendência de alta ou de baixa).

“Quando a projeção dos investidores é de alta dos juros, os títulos prefixados e indexados à inflação se desvalorizam e você pode ter até perdas se resgatá-los antes do vencimento. Mas quando a expectativa é de queda dos juros, esses papéis, incluindo o Tesouro IPCA+ 2029, tendem a se valorizar e você pode antecipar os ganhos vendendo antes do vencimento”, exemplifica Wiltgen.

“Então, não é porque a Selic está em queda que o investidor vai perder dinheiro ou que irá ganhar pouco com esse investimento. Até porque a taxa ainda está em dois dígitos, então ainda daria para contratar um retorno bem interessante com o Tesouro IPCA+ 2029*”.

*Lembrando que esta não é uma recomendação de investimento, é apenas uma explicação de como funciona o título.

Confira a explicação completa de Julia Wiltgen neste conteúdo d’A Dinheirista, um quadro do portal Seu Dinheiro.

Super Quarta: como ficar por dentro da próxima decisão de política monetária

Por falar em Selic, na próxima quarta (20), o Comitê de Política Monetária (Copom) irá definir se cortará mais uma vez a taxa básica de juros, hoje em 11,25% ao ano.

E como ela é uma bússola para diversos ativos, inclusive para o Tesouro IPCA+, vale a pena ficar por dentro dessa decisão e saber onde investir depois dela.

Para recebê-la em primeira mão, não deixe de assistir à edição especial do Giro do Mercado no dia 21 de março, às 12h.