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Cyrela (CYRE3): resultados sólidos novamente no 1T24; confira

Após um ligeiro impacto de margem, Cyrela segue com lucro crescente no resultado do 1T24

Por Caio Araújo

10 de maio de 2024, 13:48

Cyrela (CYRE3)
Imagem: Divulgação/Cyrela

Após o fechamento do mercado de ontem (9), a Cyrela (CYRE3) apresentou seus resultados operacionais do 1T24 com números mistos.

Conforme antecipado na prévia operacional, a companhia lançou 9 empreendimentos no trimestre, com um VGV Cyrela de R$ 1,7 bilhão, aumento de 26% na comparação anual. Quando excluímos as permutas e consideramos apenas o %CBR, encontramos um total de R$ 1,2 bilhão para o trimestre, patamar 37% acima do 1T23, mas 30% abaixo do 4T23, que pode ser explicado por conta da sazonalidade do segmento.

Cyrela (CYRE3) teve lucro líquido de R$ 267 milhões

As vendas líquidas contratadas somaram R$ 2,1 bilhões no trimestre, valor 39% o 1T23 e 17% abaixo do 4T23. Diante dos bons resultados de vendas, a companhia registrou um VSO de lançamentos de 53% no 1T24, mesmo em um cenário mais desfavorável para o setor.

Partindo para a demonstração de resultados, a receita líquida atingiu R$ 1,6 bilhão, crescimento de 23% na comparação anual, reflexo do elevado ritmo de vendas da companhia.  A margem bruta ajustada foi de 33,1%, 0,4 p.p. acima do 1T23 e 2,3 p.p. inferior ao 4T23, queda justificada, em parte, pelo reconhecimento do projeto La Isla no Rio de Janeiro, que foi inteiramente adquirido por meio de permuta física, operação que geralmente apresenta menor margem contábil.

O lucro líquido foi de R$ 267 milhões no trimestre, bem acima do 1T23 (R$ 164 milhões) e levemente superior ao 4T22 (R$ 248 milhões), atingindo um ROE satisfatório de 14,5%. Sua margem líquida atingiu o patamar de 17%, 4,3 p.p. acima do mesmo período em 2023 e 2,5 p.p. acima do trimestre anterior.

Por fim, a companhia apresentou geração de caixa de R$ 130 milhões, interrompendo a queima caixa nos trimestres anteriores. Vale destacar que R$ 35 milhões deste montante é proveniente não de vendas de ações da Cury, que inclusive deve impactar novamente o resultado do trimestre vigente, tendo em vista que a Cyrela realizou a venda de R$ 56,3 milhões de ações da companhia em abril. 

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Cenário desafiador para as incorporadoras: o que esperar?

Em suma, apesar do ligeiro impacto de margem (que pode interferir na performance do papel no pregão de hoje), a Cyrela entregou novamente resultados sólidos.

O seu ritmo de lançamentos, juntamente com o seus indicadores de vendas, colocam a companhia à frente dos seus pares, mesmo em um cenário desafiador para as incorporadoras, principalmente para média e alta renda. Negociando a 7x os seus lucros projetados para 2024 e a 0,94x P/B, os papéis de CYRE3 seguem recomendados pela Empiricus.

Sobre o autor

Caio Araújo

Administrador de empresas formado pela Fundação Getúlio Vargas (EAESP-FGV) e profissional da Empiricus Research desde 2016. Com certificação CNPI, é o analista de Real Estate e responsável pela série Renda Imobiliária, que atua no mercado de fundos de investimento imobiliários.