
Nesta quinta-feira (11), a Mitre (MTRE3) divulgou seu resultado operacional do primeiro trimestre do ano (1T23), com números alinhados às nossas expectativas.
Conforme antecipado na prévia operacional, a companhia realizou apenas um lançamento no trimestre (março): o Origem Guilhermina, localizado na Zona Leste de São Paulo. O Valor Geral de Venda (VGV) do empreendimento é de R$ 297 milhões, sendo que 19% já foram vendidos.
As vendas líquidas da companhia foram de R$ 242 milhões no período, crescimento de 57% em relação ao 1T22 (que não teve lançamentos). Trata-se do melhor primeiro trimestre de vendas da história da Mitre.
O indicador Vendas Sobre Oferta (VSO) registrou leve recuperação na comparação anual, atingindo 12,2%. No acumulado dos últimos 12 meses, o indicador está na casa saudável de 33,7%, apesar da tendência de queda.
Companhia reporta lucro líquido de R$ 18,7 milhões
Passando para os resultados consolidados (metodologia POC), a receita líquida foi de R$ 190,6 milhões, 37,6% acima da comparação anual. A margem bruta ajustada foi de 29,6%, com queda de 6,3 p.p., justificada pelo receitamento de projetos da linha Raízes com menor margem.
Diante de um maior controle na linha de despesas gerais e administrativas, a Mitre reportou um ebitda ajustado de R$ 33,7 milhões, alta de 82% em relação ao 1T22. A margem também evidenciou expansão, alcançando 17,7% no período.
Por fim, o lucro líquido foi de R$ 18,7 milhões, superando consideravelmente os trimestres anteriores.
Vale mencionar que o impacto negativo do resultado financeiro foi revertido neste 1T23, em função do menor prejuízo com a operação de Total Return Equity Swap (TRS).
Diante do resultado, a companhia anunciou dividendos de R$ 17,9 milhões (cerca de R$ 0,169 por ação), que serão pagos no final de maio.
A queima de caixa foi de R$ 20,7 milhões no trimestre, a menor desde a abertura de capital da Mitre. Com isso, o endividamento líquido ficou em R$ 290 milhões, cerca de 29,1% do patrimônio líquido.
MTRE3 segue com recomendação de compra da Empiricus Research
O ano de 2023 ainda exige disciplina por parte das incorporadoras, tendo em vista a instabilidade da demanda e o receitamento de operações com menores margens.
Vale mencionar que a companhia prevê a entrega de mais 8 empreendimentos neste ano (total de 12 em 2023) e a manutenção do repasse em patamar elevado é essencial para a geração de caixa da incorporadora.
Com isso em mente, a Mitre segue caminhando em um contexto de recuperação e a reação das ações tende a ser moderada no pregão de hoje (12).
Negociando a 0,4 P/B e 5 vezes os seus lucros para 2023, a Mitre (MTRE3) segue com recomendação de compra da Empiricus.