Day One

Crisóis

“O crisol é um recipiente, geralmente de argila ou porcelana, usado para […]”.

Por Lais Costa

12 ago 2022, 11:07 - atualizado em 12 ago 2022, 11:07

Conferindo boas notícias
Fonte: Free Pik

O crisol é um recipiente, geralmente de argila ou porcelana, usado para diversas reações químicas em altas temperaturas. Por vários séculos, o crisol foi usado por ourives e alquimistas para a purificação de metais, como o ouro.

Por isso, esse substantivo também é, metaforicamente, sinônimo de processo de apuração, experimentação e purificação.

Podemos afirmar, por exemplo, que a realidade é o crisol do sonhador, a inflação é o crisol dos poupadores e a disciplina fiscal é o crisol dos governantes.

Todos temos nossos crisóis. O mercado financeiro também os tem.

Os juros altos são o crisol dos ativos de risco.

O alto custo de capital coloca à prova a capacidade das empresas de se financiarem, crescerem a capacidade produtiva e ainda entregarem retorno aos seus acionistas acima do custo de oportunidade de investimento.

Recentemente, a inflação, crisol de economias emergentes, tem também imposto uma prova de fogo às autoridades monetárias dos países desenvolvidos.

Aos investidores, o crisol é a volatilidade.

Quer seja para cima ou para baixo, a flutuação dos preços gera inquietação, inflama os ímpetos e leva a decisões de caráter puramente emocional, prejudicando, muitas vezes, a rentabilidade do portfólio no longo prazo.

Na série Os Melhores Fundos de Investimento também temos os nossos crisóis.

Aos fundos que acabaram de surgir, o crisol é a incubadora.

Até que completem cerca de três anos, acompanhamos de perto o desenvolvimento do processo de investimento, formação da equipe, crescimento de patrimônio sob gestão, assim como diversos fatores qualitativos. Ao final do triênio, o fundo passa a ser recomendação oficial da série e, possivelmente, passa a integrar (ainda que com um pequeno percentual) alguma carteira dos FoFs da Vitreo. Do contrário, continuamos observando de fora.

No outro extremo, existe o banco de reservas.

A ideia é simples. Quando ocorrem mudanças significativas em quaisquer métricas que coloquem em xeque alguma das nossas análises qualitativa ou quantitativa, trazemos o fundo para esse crisol.

Nesse processo, intensificamos nossas análises e discussões sobre o fundo e refletimos diligentemente sobre nosso próprio processo interno de avaliação. Após o tempo apropriado de observação (que pode variar conforme o caso) tomamos a decisão de confirmar a nossa indicação anterior ou retiramos oficialmente a recomendação prévia.

Na próxima terça-feira, no relatório da série Melhores Fundos, vamos falar do nosso “banco de reservas”, o crisol dos fundos que recomendamos da série.

Fica aqui o convite para saber o nosso veredito.

Um abraço.

Sobre o autor

Lais Costa

Engenheira eletricista pela UTFPR com passagem pelo MIT e especialização em finanças pela Columbia University. Iniciou a carreira no mercado financeiro com foco no mercado de bonds nos EUA. Após uma experiência na Itaú Asset em NY, ela esteve por três anos no time de Global Macro Strategy da XP Inc também em NY, cobrindo mercados emergentes asiáticos e Brasil com foco em criação de ideias de investimento de renda fixa para clientes institucionais. Desde maio de 2021, Laís faz parte do time de análise da Empiricus. Por dois anos foi responsável pela alocação e seleção de fundos globais e hoje é a analista a frente das séries Super Renda Fixa e Os Melhores Fundos de Investimento.