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Até quando vai a queda das criptomoedas? 5 pontos para entender a dinâmica do mercado cripto e atravessar o bear market

Cenário macro segue no radar de analista de cripto; este pode ser o primeiro bear market de muitos investidores, o que exige cautela e boas estratégias

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Data de publicação
3 de junho de 2022
Categoria
Investimentos
Imagem de gráficos e projeção de uma moeda física alusiva do Bitcoin
Fernando Gutierrez-Juarez/Picture Alliance/Freepik

Em maio, com a queda dos preços das criptomoedas no mercado, se instaurou entre os investidores a preocupação sobre a duração da desaceleração dos preços desse segmento de ativos de risco.

Esse movimento pôde ser observado com mais clareza com a recente desvalorização do Bitcoin (BTC), maior criptomoeda em valor e principal termômetro do mercado cripto.

O ativo criado por Satoshi Nakamoto levou um “tombo” no mês de maio, já que encerrou o período na faixa dos US$ 30.000,00, contra os US$ 68.000,00 registrados em novembro de 2021, uma desvalorização de aproximadamente 55%.

Para o analista-chefe do setor de inteligência de criptomoedas da Empiricus, Vinícius Bazan, com a entrada massiva de investidores nos últimos dois anos no mercado cripto, este pode ser o primeiro bear market de muitos deles, conforme apontou em relatório da série Exponential Coins.

Nesse sentido, o analista apregoa que o momento é de aprendizado e também exige cautela. “Este não é o primeiro, nem será o último bear market pelo qual passaremos”, dispara o analista. “Mas justamente aí podemos extrair lições valiosas, sendo a principal delas a de que não se ganha dinheiro abandonando a estratégia de investimentos, mas sim se ajustando ao cenário”, relembra.

De olho no macro

Na avaliação do estado atual do mercado, índices como S&P500 e Nasdaq também estão bastante descontados em relação a suas máximas, ao passo que os fundos de investimentos (hedge funds) estão com um maior volume em caixa.

De acordo com Bazan, cenários como esse costumam coincidir com períodos de fundo nos preços, ao que complementa que não chegamos ao fundo das quedas dos preços dos ativos de risco.

“O que temos observado em curso é uma reavaliação que os investidores têm feito do valor das suas posições, considerando o que se pode esperar de impactos na economia mundial nos próximos meses”, diz.

A observação do analista parte do consenso que fatores como o conflito entre Rússia e Ucrânia, desaceleração da economia chinesa e, sobretudo, juros nos EUA têm condicionado a saída dos investidores de ativos de risco para posições mais seguras, a exemplo da renda fixa.

Nessa esteira, o segmento de criptomoedas não ficou imune, com o mercado cripto proporcionalmente mais descontado que ativos tradicionais como a Bolsa americana, conforme apontou no relatório.

Inflação nos EUA e fim do ciclo de bear market de cripto

De acordo com o especialista da Empiricus, segue como um dos principais pontos de atenção dos criptoinvestidores o controle da inflação pelos Estados Unidos, dado o grau de relevância da economia americana no mundo e nos investimentos.

“Quando pensamos na retomada dos preços dos ativos digitais, o controle da inflação pela autoridade monetária americana é um de suma importância”, alerta. Em outras palavras, a inflação em níveis saudáveis pode garantir maior entusiasmo com investimentos de risco como as moedas digitais.

Para o momento, Bazan mantém uma postura ponderada quanto ao mercado cripto, no qual ele não descarta um movimento mais rápido de queda ou de recuperação, ou ainda o ‘estacionamento’ dos preços nos patamares atuais por algum tempo (característico de bear markets tradicionais).

“De todo modo, não estamos no fundo do ciclo de bear market de cripto”, ao que complementa: “Contudo, podemos estar perto dele ou, minimamente, bem próximos de uma zona de preço que traz uma assimetria convidativa, conforme podemos ver no Bitcoin, principal indicador do mercado”.

Gráfico que representa a cotação do Bitcoin em dado período de tempo
Divulgação: Equipe Empiricus

5 pontos para ficar por dentro da dinâmica de mercado e captar oportunidades

Em seu relatório, Vinícius Bazan listou alguns pontos relevantes para os investidores atravessarem esse momento:

1- Os criptoativos representam uma classe nova e em desenvolvimento, com o mais alto nível de inovação tecnológica e potencial retorno. No entanto, em qualquer cenário, os investidores têm que considerar que a parcela de cripto na carteira deve ser pequena.

Bazan diz que o ideal é que a alocação em criptoativos represente no máximo 5% do patrimônio. Para investidores conservadores, ele recomenda uma fatia de apenas 2% do portfólio.

2- Este é um mercado em que as coisas acontecem rápido, mas às vezes elas precisam de tempo também. Por isso, justamente em ocasiões como a de agora é que os investidores podem buscar ativos bons e a preços descontados, observou o analista.

3- O mercado de cripto representa uma das melhores oportunidades existentes para se fazer muito dinheiro investindo.

Exemplo disso, foi observado no caso ‘Erik Finman’, garoto que com 16 anos investiu pouco em Bitcoin, quando a moeda ainda estava em estágio inicial, e depois viu a cripto valorizar, gerando grandes retornos. Já surgiram muitas oportunidades com ativos específicos e novas devem aparecer ao longo do tempo.

4- Perdas fazem parte do jogo, realizadas ou não. O analista reforça a tese de crescimento estrutural do mercado ao longo do tempo. No entanto, alerta que esse crescimento se dará em meio a ciclos, como o atual de bear market de cripto.

5- Por vezes miraremos no que vimos e acertaremos o que não vimos. O analista relembra que assim como todo ativo de risco, as criptomoedas também estão sujeitas às oscilações inerentes do mercado.

“Aqui, devemos buscar um ponto de equilíbrio, sem defesas ou pessimismos apaixonados quanto a cripto. Em outras palavras, sempre apostando na estratégia da carteira para maior assertividade”.

Gostou das observações de Vinícius Bazan?

Os informativos do analista estão disponíveis nas séries Exponential Coins e Crypto Legacy da Empiricus.

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