Investimentos

Vem mais dividendos aí? Sem surpresas, resultado do 2T24 da Vivo (VIVT3) mostra crescimento resiliente

Um dos destaques do balanço da Vivo foi o fluxo de caixa livre, que indica uma maior capacidade de pagar dividendos.

Por Ruy Hungria

30 jul 2024, 09:38 - atualizado em 30 jul 2024, 09:38

Vivo VIVT3
Imagem: Reprodução/Vivo

A Vivo (VIVT3) reportou resultados resilientes mais uma vez, em linha com as expectativas do mercado.  

A receita líquida móvel cresceu 8,9%, impulsionada pelo pós-pago que tem uma qualidade melhor e já representa 83% do segmento. Essa boa expansão mostra que o ambiente competitivo segue mais racional após a saída da Oi. Assim como nos últimos trimestres, o churn (cancelamento) segue bastante controlado, abaixo de 1%.

A receita líquida fixa também cresceu, ajudada pela ótima expansão anual de 17% do segmento de fibra (FTTH) e de 8% nas vendas de serviços corporativos (B2B). No entanto, a receita total dos negócios fixos cresceu apenas 4% vs 2T23, impactada pela contração de 15% dos negócios fixos legados (como voz e cabo), apesar de isso ser amplamente esperado pelo mercado. 

Uma observação interessante em fibra fica por conta do avanço de Casas Conectadas, que cresceu em ritmo maior do que o número de Casas Passadas (13% vs 11%, respectivamente). Esse aumento está em linha com a estratégia de aumentar a penetração e a geração de caixa do negócio. 

Receita da Vivo cresceu 7,4% em 12 meses

No consolidado (móvel + fixo), a receita expandiu 7,4% ante o 2T23, para R$ 13,7 bilhões, em linha com as expectativas. 

Apesar do bom crescimento da primeira linha, os custos e despesas acabaram aumentando em um ritmo um pouco maior. O número foi pressionado por gastos com pessoal, terceiros, e uma base de comparação desfavorável, já que o 2T23 teve uma série de ganhos não recorrentes, como recuperação tributária, venda de imóveis e materiais de rede inutilizados. 

Fluxo de caixa livre indica maior capacidade de distribuir dividendos

Com isso, o Ebitda cresceu 7,3%, para R$ 5,45 bilhões, com um ligeiro impacto de 0,1% na margem. Ajudado por investimentos um pouco menores e menos gastos com leasing, o fluxo de caixa livre de R$ 3,1 bilhões foi um dos destaques positivos, com expansão de 23% ante o 2T23, o que também significa maior capacidade de pagar dividendos

Lucro líquido da Vivo aumentou em 9% versus 2T23

Por fim, o lucro líquido atingiu R$ 1,2 bilhão, expansão anual de 9%. O número resulta de uma alta do Ebitda e menor pagamento de juros com a redução do endividamento, o que foi parcialmente compensado por um maior pagamento de impostos no trimestre. 

Depois de anos com crescimento pressionado por conta de um ambiente competitivo acirrado, além de pesados investimentos, entendemos que a Vivo deve começar a apresentar um melhor perfil de geração de caixa e distribuição de dividendos nos próximos anos. 

Por apenas 4x Valor da Firma/Ebitda e um dividend yield de aproximadamente 8% esperado para 2024, VIVT3 segue entre as recomendações da Empiricus Research para buscar dividendos.

Além desse papel, neste relatório gratuito listamos outras 5 ações que oferecem uma boa distribuição de dividendos.

Sobre o autor

Ruy Hungria

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.

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