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Seleção Empiricus

Em defesa do ESG, compre Klabin e discórdia sobre Elon Musk

O Seleção Empiricus de hoje junta um time de craques para o bate-papo com foco em ESG.

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Data de publicação
13 de novembro de 2020

Na escalação, Max Bohm, Ruy Hungria, Matheus Spiess e o convidado Michael Wickert, da Fama Investimentos. 

1:02 Ricardo Mioto, mediador da conversa, começa explicando que ESG é formado por três pilares que compõe a sigla: Meio Ambiente, Social e Governança. Na primeira pergunta direcionada à Michael, Ricardo questiona o quanto a análise desses três pilares é setorial e se é possível que por exemplo, empresas de mineração ou petróleo se adequem à essa realidade.

Michael inicia sua resposta dizendo que o ESG é uma fórmula interessante para entender companhias e o contexto em que estão inseridas, e este não pode ser ignorado. É um processo qualitativo e ajuda a mapear a cultura das empresas, riscos e oportunidades, portanto, não há exclusão de nenhuma empresa.

Max complemente que é preciso observar como a companhia consegue compensar a sociedade pela deterioração gerada por ela e que existem boas oportunidades na Bolsa de empresas com foco em ESG como Natura e Ambipar.

13:00 Seguindo o bate-papo, a bola da vez são empresas de papel e celulose. Qual é a empresa favorita e se existe uma frustração com o mercado de crédito de carbono. 

Michael responde que sua empresa favorita é a Klabin, por uma conjunção de fatores e maior estabilidade comparado a outras empresas de commodities.

Já sobre o mercado de crédito de carbono, existiu sim uma frustração muito grande, mas que é preciso entender que é um setor de grande complexidade política e geográfica e que o otimismo continua devido ao início de uma real concretização.

 23:49 Ainda falando sobre esse setor, Mioto questiona se ações dessas empresas podem ser consideradas proteções cambiais.

Matheus diz que sim, e que pode ser considerada uma proteção natural e positiva, uma vez que as ações são menos voláteis do que de outras commodities. 

Ruy, por sua vez, aponta que ao mesmo tempo é importante lembrar que os papéis não são heads perfeitos para momentos realmente críticos.

26:58 Continuando na onda de commodities, direcionando a pergunta para Ruy, Mioto questiona o risco de se expor por meio de opções à empresas ligadas à comandites.

Hungria responde que investir em opções já é mais arriscado por si só e por isso o nível de exposição deve ser pequeno. Essa é um boa alternativa para aquele investir que deseja investir em opções com pouco dinheiro.

28:37 Na questão de governança, Michael tem preferência por empresas com controladores definidos ou familiares. A questão é: o quanto isso se aplica indiscriminadamente e o quanto o novo mercado pode ser apontado como sinônimo de governança?

Wickert diz que não existe fórmula mágica, mas o que o atrai em empresas familiares é que as companhias possuem um horizonte mais longo. E como relação ao novo mercado, é preciso entender mais: cultura, filosofia e valores da empresa.

35:29 No momento da discórdia do vídeo de hoje, Mioto pede à Michael para que ele defenda Localiza – e convença Max a vender Movida.

De início, Wickert diz que esse é um setor extremamente promissor e que no momento de escolher uma empresa para se investir é preciso atenção em dois pontos: crescimento e capacidade de rentabilizar a operação. Ponto esse que a Localiza, em sua opinião, faz muito bem e tem uma excelente perspectiva daqui pra frente, além de ter um ótimo histórico, criação de valores e bons retornos, combinação rara nos dias atuais.

Max rebate que a Movida enxergou onde falhou e que vem mostrando uma estratégia bem definida e ótimos resultados nos últimos tempos, gerando um grande potencial de valorização.

47:16 Sobre a preocupação com o futuro do planeta, a Tesla é marca que não poderia ficar de fora. A pergunta é se de fato existe essa preocupação ou se é apenas um grande marketing verde.

Michael começa a resposta dizendo que não é a melhor pessoa para debater sobre o assunto, mas que o carro elétrico é realmente muito promissor. Com relação à Elon Musk, existem muitas divergências e valores questionáveis. 

53:45 Caminhando para o final do bate-papo, Ricardo menciona o livro de Wickert, “Valuation – Guia Fundamental e Modelagem em Excel” e a questão é o quanto o mercado não olha em valuation e o quanto deveria ser olhado.

Para entender o valuation de uma empresa é preciso entender dois pontos: crescimento e retorno. E o que o mercado deixa de lado é o poder do tempo. Segundo Michael, na medida em que você aumenta seus horizontes, bons investimentos se tornam excepcionais. 

55:53 Para finalizar a conversa: shoopings, compra ou vende?

Por decisão unânime se compra. Wickert traz a observação de que os shoppings estão no meio do processo de destruição criativa, o que é muito rico e pode trazer diversos aprendizados que gerarão retornos. Max aponta, para encerrar, que é preciso atenção no longo prazo.

Se você tem dúvidas e sugestões para os próximos vídeos, mande um e-mail para: seleção@empiricus.com.br

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