
Imagem: Diana Cheng/Money Times
Na última terça-feira (11), após o fechamento do mercado, a Azzas 2154 (AZZA3) reportou seus números do quarto trimestre de 2024 (4T24), que vieram abaixo das expectativas.
O EBITDA ajustado ficou em R$ 443 milhões, +4% anualmente, mas 4% abaixo da nossa projeção. Por sua vez, o lucro líquido ajustado, de R$ 169 milhões, caiu 36% na mesma comparação, e ficou 26% abaixo da nossa estimativa.
Enquanto as vendas surpreenderam positivamente, a rentabilidade foi afetada por maiores despesas de marketing, remuneração e imposto corporativo. Esse foi o primeiro trimestre cheio após a combinação entre Arezzo &Co e Grupo Soma e, por isso, consideramos que é um período de transição, ainda impactado por gastos relacionados à fusão.
Veja os números da Azzas 2154 no 4T24
A receita bruta atingiu R$ 4,2 bilhões, alta anual de 15%, com aceleração versus o crescimento de 3T24 (+12%) e 3% acima da nossa projeção. O desempenho foi puxado pelas divisões de Vestuário Feminino (+23%), Vestuário Masculino (+21%) e Vestuário Democrático / Hering (+18%). Por outro lado, Calçados e Acessórios teve um crescimento mais tímido, de 5%. Vale destacar que a receita líquida (13%) cresceu abaixo da bruta, em função de maiores devoluções e menor incentivo fiscal.
O lucro bruto foi de R$ 1,9 bilhão, alta anual de 12%, com perda de 0,6 ponto percentual na margem bruta e 0,5 p.p. abaixo da nossa estimativa. A queda de rentabilidade se deve à queima de estoque das marcas descontinuadas, principalmente a Baw, que foi revendida aos seus fundadores.
Já o EBITDA ajustado pelos efeitos contábeis da descontinuação de marcas somou R$ 443 milhões, alta anual de 4%, e com margem 1,2 p.p. inferior. Na comparação com o nosso número, a margem ficou 0,8 p.p. menor. Essa pressão está relacionada aos investimentos nas linhas de calçados da Farm e da Hering, sem o reconhecimento proporcional de receita, além da duplicidade na remuneração em Vestuário Masculino, que passou por uma troca de gestão.
Finalmente, o lucro líquido ajustado, de R$ 169 milhões, caiu 36% anualmente, e ficou 26% abaixo da nossa projeção. Isso se deve à maior carga tributária, com a taxação dos incentivos fiscais de ICMS que passou a ser reconhecida pela companhia.
AZZA3: ainda vale a pena investir?
No todo, esse foi um trimestre ainda bastante poluído pelas despesas relacionadas à fusão e à reciclagem do portfólio de marcas, passos que entendemos ser necessários para absorver as sinergias. Para 2025, a companhia espera uma diluição substancial das despesas como resultado das sinergias da fusão: economias de escala nos gastos de marketing e eliminação de estruturas corporativas redundantes.
Por isso, esperamos um ganho de rentabilidade, enquanto as vendas devem sustentar um ritmo de crescimento decente. Com o sell-off após o resultado, a companhia negocia a 8,2x o lucro que projetamos para 2025, o que consideramos atrativo diante dos pares.