Investimentos

Confira três títulos prefixados de curto prazo para aproveitar o corte da Selic e a deflação

Veja duas LCAs e um CDB prefixados para investir agora e aproveitar a iminente queda da taxa básica de juros e o arrefecimento da inflação.

Por Lais Costa

01 ago 2023, 14:17 - atualizado em 01 ago 2023, 14:17

titulos prefixados CDB e LCI renda fixa
Imagem: Pexels

A semana passada foi marcada pela divulgação de diversos dados econômicos importantes no hemisfério norte e, principalmente, pelas decisões de política monetária nos EUA e na Europa.

Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) entregou a alta de 25 pontos-base (pbs), em linha com as expectativas de mercado, elevando os juros para 3,75% ao ano. Em entrevista, a Presidente Lagarde disse que ainda há algum caminho a ser percorrido, mas que os dados econômicos a serem divulgados daqui para frente vão indicar quanto ainda precisa ser feito.

A mensagem mais branda (dovish) do ECB levou a um forte movimento de depreciação do euro frente ao dólar no dia e ainda apagou a precificação de mercado de mais uma alta de 25 pontos-base na reunião de setembro. Dado o contexto de inflação ainda elevada, mas atividade fraca, a nossa expectativa é de que o BCE volte a subir juros em outubro, terminando o ciclo de alta de juros em 4% ao ano.

Nos EUA, o Federal Reserve (Fed) elevou a taxa de juros em 25pbs para o intervalo de 5,25%-5,50% ao ano, em linha com o consenso do mercado. No discurso, o Presidente Jerome Powell também evitou guiar as expectativas em relação aos próximos passos da autoridade monetária, dizendo que é possível uma pausa ou uma nova alta de juros a frente. Em relação à inflação corrente, Powell ainda disse que, apesar do número de junho ter sido benigno, é preciso ver a continuidade desse movimento nos próximos meses para que o Banco Central (BC) crie conforto em relação à trajetória inflacionária.

De maneira geral, a decisão do banco central americano foi neutra e mudou pouco a precificação de mercado em relação às próximas reuniões. Segundo o mapa de pontos (dot-plot) do próprio Fed, ainda haveria mais uma alta de juros contratada para este ano, contudo, o cenário de maior probabilidade de mercado hoje é de que já tenhamos atingido o final do ciclo de alta das taxas por lá.

Em um ciclo distinto da maioria das economias globais, vale ainda mencionar a reunião do Banco Central do Japão (BoJ) na semana passada, que elevou o teto de controle de curva de juros de 0,5% para 1% nos títulos do governo de 10 anos. Na decisão, contudo, o BoJ manteve a possibilidade de atuar no mercado em qualquer ponto entre 0,5% e 1%, o que reforça um movimento ainda muito lento de redução de estímulo monetário no país.

Ainda nessa toada, o Relatório Trimestral de Perspectivas Econômicas do BoJ revisou para baixo a previsão da inflação principal (todos os itens menos alimentos in natura) para o ano fiscal de 2024, e para cima no ano fiscal de 2023. Na estimativa do BOJ, a diferença do PIB corrente e do PIB potencial (hiato do produto) do Japão ainda é negativa, o que indica que a economia cresce abaixo do seu potencial e, portanto, ainda necessita uma política monetária estimulativa para sustentar a inflação no país.

No Brasil, o mercado espera ansiosamente pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) que será divulgada amanhã (2), após o fechamento do mercado. Como comentamos no relatório da semana passada, o IPCA-15 mostrou uma composição bastante positiva do indicador de preços, com melhora expressiva na inflação de serviços. Com isso, o mercado chegou a precificar cerca de 75% de chance de um BC ainda mais brando, e um início de queda da Selic com um corte de 50 pbs. 

A divisão entre os agentes de mercado sobre o ciclo de corte da Selic também deve acontecer entre os diretores do BC. Apesar da melhora no dado corrente de inflação e o comportamento benigno da moeda brasileira nos indicar que uma redução de 50bps é apropriada, não esperamos uma decisão unânime.

No âmbito dos ativos de renda fixa, continuamos vendo atratividade nos títulos prefixados de curto prazo e indexados à inflação para os vértices mais longos.

Veja o cardápio de títulos de renda fixa recomendados para a semana

Todas as recomendações abaixo são títulos que contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos, contudo, o investidor precisa se certificar de que não ultrapassou o limite de R$ 250 mil por instituição, incluindo os juros a receber do investimento.

Características do LCA prefixada do Banco BTG Pactual
Classificação de risco da instituiçãoStandard and Poor’s: AAA
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarEmpiricus Investimentos
Aplicação mínimaR$ 5 mil
Aplicação máximaAté o final do estoque (R$ 1,995 milhões)
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)03/02/2025 (552 dias corridos)
Rentabilidade bruta anual9,32% ao ano
TributaçãoIsento de IR
Pagamento de jurosNão
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação15h

O investimento na taxa líquida indicada da LCA prefixada do Banco BTG Pactual equivale a uma aplicação com taxa bruta aproximada de 11,25% ao ano.

Características da LCA prefixada do Banco Daycoval
Classificação de risco da instituiçãoStandard and Poor’s: AAA
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarDaycoval
Aplicação mínimaR$ 1 mil
Aplicação máximaR$ 500 mil
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)24/01/2025 (542 dias corridos)
Rentabilidade bruta anual10,10% ao ano
TributaçãoIsento de IR
Pagamento de jurosNão
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação15h

O investimento na taxa líquida indicada da LCA prefixada do Banco BTG Pactual equivale a uma aplicação com taxa bruta aproximada de 12,18% ao ano.

Características do CDB prefixado do Banco ABC do Brasil
Classificação de risco da instituiçãoStandard and Poor’s: brAAA
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarBanco ABC do Brasil
Aplicação mínimaR$ 1 mil
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)22/07/2025 (721 dias corridos)
Rentabilidade líquida anual10,83% ao ano
Tributação15%
Pagamento de jurosNão
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação17h

Por fim, é importante lembrar que, para a sua reserva de emergência, aquele dinheiro que você pode precisar no curtíssimo prazo e que precisa estar disponível imediatamente, recomendamos o Tesouro Selic, disponível na plataforma do Tesouro Direto, ou fundos DI taxa zero.

Sobre o autor

Lais Costa

Engenheira eletricista pela UTFPR com passagem pelo MIT e especialização em finanças pela Columbia University. Iniciou a carreira no mercado financeiro com foco no mercado de bonds nos EUA. Após uma experiência na Itaú Asset em NY, ela esteve por três anos no time de Global Macro Strategy da XP Inc também em NY, cobrindo mercados emergentes asiáticos e Brasil com foco em criação de ideias de investimento de renda fixa para clientes institucionais. Desde maio de 2021, Laís faz parte do time de análise da Empiricus. Por dois anos foi responsável pela alocação e seleção de fundos globais e hoje é a analista a frente das séries Super Renda Fixa e Os Melhores Fundos de Investimento.